Tarot e Psicologia Analítica

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A psicologia analítica, que recebeu as influências do tarot, foi desenvolvida por Jung e vamos tentar mostrar isso da melhor maneira possível. Já que grande parte do público tem aquela coisinha meio boba de não abrir as portas para algo novo, por medo, ou receio.

No mundo “fora” do tarot há os que o entendem só como sendo coisa restrita aos místicos ou à imaginação. Sim, infelizmente, uma parcela da população ainda tem a idéia fantasiosa de um local de luz baixa, com uma velha senhora, que com uma bola de cristal e cartas sobre a mesa pode desvendar os mistérios da sua vida futura. A visão é, demasiadamente, caricata, obsoleta e preconceituosa

Vamos entender o por quê por qui, neste e em outros artigos!

 

Introdução à Psicologia Analítica

 

A verdade é que um número expressivo de estudiosos interessados no tarot vem aumentando.

Por exemplo, o filósofo estudioso de lógica e filosofia da linguagem, Michael Anthony Eardley Dummett, foi um profundo estudioso do tarot. Produziu diversos livros sobre o assunto, ao mesmo tempo, em que desenvolveu uma filosofia completamente antagônica, no sentido de buscar sempre a exatidão lógica e análise linguística.

É sabido que o mais conhecido baralho, o de Marselha, tem aumentado o número de suas vendas em todo o mundo. Então, te convido a repensar a idéia de que os tarólogos ou pessoas interessadas no tarot são gente alienada!

Além do mais, tem-se um nome bastante conhecido  que não ficará de fora daqui: Carl Gustav Jung.

Este que foi chamado de “pupilo de Freud”, se desfiliou da escola da psicanálise de seu tutor, para criar a sua própria. A escola de psicologia analítica.

E foi com Jung que o baralho imagético ganhou as dimensões atuais, pois o colocou como um dos centros do seu sistema de psicologia analítica. Pois, é através dessa perspectiva, a partir da psicologia lógica e esotérica de Jung que iremos até a raiz das lâminas do baralho.

 

Psicologia Analítica e Psicanálise

 

Jung começa sua peregrinação por sua nova psicologia designada por psicologia analítica, através de uma cisão com Freud e sua psicanálise.  Apesar do nítido apreço de Freud por Jung, o qual tinha como certo de que ali estava um aluno brilhante da sua escola para dar sequência aos estudos que realizara, o que ocorreu foi o afastamento de Jung por uma motivação em especial: o inconsciente.

Como se sabe, para Freud, do inconsciente se especula; se fala; se cogita; porém, que tipo de interação direta pode se ter com ele?

Direta, nenhuma, segundo Freud. Para ele, o inconsciente se manifesta de diversas formas; pelos sonhos, atos “falhos”, comportamentos, repressões sexuais, emoções etc.

A análise destes fenômenos não diz exatamente o que uma pessoa “pensa no inconsciente” e nem o traz a consciência, mas é apenas um indicativo de algo tremendamente maior: o inconsciente.

 

Análise sobre os Inconscientes 

    

O objetivo aqui não é demonstrar a teoria do inconsciente de Freud, contudo chega-se ao ponto para adentrar a psicologia analítica.

Apesar de Jung compreender todos os indivíduos possuindo um inconsciente tal como Freud; o inconsciente de Jung se estrutura e se forja de maneira bem distinta, podendo o inconsciente se manifestar à consciência, coisa que para Freud seria inconcebível.

Além disso, Jung descobre o inconsciente coletivo (isso mesmo)!

Para Jung há dois inconscientes para um ser humano: o pessoal e o coletivo. E este é o divisor de águas entre Jung e Freud, entre psicanálise e psicologia analítica. Estabelecer um inconsciente coletivo é uma forma realmente inovadora para a percepção humana, na forma como nos compreendemos em um interior da psique.

Imagine a famosa analogia de que a consciência é a ponta do iceberg, e o iceberg inteiro, que está nas profundezas das águas, é o inconsciente. Se esse iceberg já era enorme e desconhecido em Freud, pense na dimensão que ele tomou com Jung! 

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Com as informações que temos até aqui, podemos pontuar alguns questionamentos:

  • Estamos todos submersos em um inconsciente único?
  • O inconsciente é resultado de uma manifesta união entre todos nós?
  • Seríamos seres que participam de uma relação cósmica e, talvez, divina?

Portanto, vamos tentar entender como Jung chegou nessas ideias e perguntas!

Existem Arquétipos

Você provavelmente já ouviu falar sobre arquétipos! Hoje em dia esse tema está “em alta”. Mas ele não é algo recente.

Provavelmente Jung deve ter tido um gigante Insight à sua, ainda, prematura psicologia analítica, para chegar à compreensão dos arquétipos.

Arquétipos não são mais do que estruturas do inconsciente coletivo.

A identificação dos arquétipos se deu pelo estudo do homem espécie em seus diversos períodos históricos., pois, como designado por Jung, esse é o “homem primitivo”: uma figura que se passa no decorrer da antropologia e da história e que contradiz o que se compreende hoje, por ser humano.

A valorização, que Jung encontra nas sociedades mais primitivas, é de um ser humano completo, que fala e compreende, e também está dentro do sistema da comunicação (ou linguagem) não verbal.

As partes não verbais são as pictóricas (imagens) e, segundo Jung, a desvalorização do pictórico nas sociedades contemporâneas conduziu o ser humano à ruína do seu autoconhecimento.

O psicólogo fundador da psicologia analítica, acometido por um fascínio pelas sociedades antigas, estudou cada uma delas; as mitologias dos gregos; a astrologia; tarot; religiões orientais; mitologia egípcia e muitas outras mitologias e religiões relacionando-as ao estilo de vida menos verbalizado-racional e mais imagético-pictórico.

É verdade que uma imagem do deus grego Zeus, segurando um raio na mão, com sua barba branca, diz algo sem uso de palavras, ou ainda, o deus grego Eros, que segurando uma flecha, está sempre pronto a acertar em cheio o coração de um deus ou um homem, diz alguma coisa sem uso de palavras, contudo apenas com o não verbal.

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Conclusões Junguianas

Destas observações, Jung retira a conclusão lógica de que o mundo sempre foi produzido por uma humanidade que contém traços comuns uns com os outros.

Traços que carregam imagens  (o tarot é uma representação do visível e do invisível através de imagens) e estas que foram paulatinamente sendo subjugadas pela humanidade até chegar à situação atual que parece uma obsessão pela racionalidade no seu uso “errado” (segundo Jung), uma razão que por ser baseada na linguagem verbal, limita o horizonte da vida à  linguagem.

Não será difícil percebermos que os Arquétipos surgem daí, de uma conclusão de que existe um movimento cíclico da história e de que os humanos perpetuaram alguns traços e padrões.

 

O que seriam os arquétipos, então?

 

À esses traços e padrões Jung designa de Arquétipos.

Esses padrões fincaram presença no profundo do inconsciente coletivo, é parte integrante da humanidade no seu sentido mais forte, portanto compreender arquétipos e seu funcionamento é se encontrar com o mais profundo e elevado autoconhecimento possível. 

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Imagem e Tarot

Se você não leu o que contamos sobre a psicologia analítica de Jung, recomendamos que dê uma olhadinha nos tópicos anteriores, pois aqui colocaremos a cereja no bolo para terminar por hoje. De que adianta uma cereja sem bolo, não é mesmo?

Por tudo que foi dito no tópico anterior sobre o poder imagético ou pictórico, as cartas do tarot são ferramentas utilizadas por Jung, que carregam consigo as imagens e impressões da humanidade.

Por não se saber com precisão sua origem, nem possuir um autor específico, para Jung, as cartas são uma revelação do inconsciente coletivo. É a ponte entre o inconsciente coletivo e a consciência, portanto dizemos que as lâminas são reveladoras e podem sim, fazer algum tipo de “revelação” do que pode acontecer (possibilidades). Mas para a psicologia analítica, elas são mais do que um oráculo, no sentido de que aconselham (aqui explicamos como pode se dar isso).

Portanto, as cartas são expressões de poder de uma conexão com toda a humanidade, eternas e porque não, divinas! Sim, a abordagem revela-se nesse patamar.

Assim, o contato com as lâminas pode se mostrar um passo construtivo, pois poderá trazer à tona complexos, que são lembranças, traumas ou sofrimentos, que estão no centro dos Arquétipos (que como vimos estão no inconsciente coletivo), e assim auxiliar aquele que as consultam em seus desafios e/ou apontar possíveis caminhos (assim como a astrologia).

 

O início de uma caminhada com o mundo das imagens e o tarot

 

Acredito que o que colocamos aqui , de maneira resumida e de forma menos fragmentada sobre Jung e a psicologia analítica, contribuiu para que você possa perceber como o mundo dos arquétipos (imagens, padrões coletivos), do qual o tarot faz parte, é rico e deslumbrante.

Muitos explicam a  psicologia analítica através de sisteminhas, mas no nosso ponto de vista, para entender Jung em, sua completude, é preciso abrir os caminhos cerebrais para compreender que, assim como o inconsciente coletivo, tudo está unificado!

Entender o outro, o mundo simbólico, é um caminho de autoconhecimento, empoderamento e inúmeras possibilidades, uma vez que fazemos parte de um coletivo e nossa jornada e evolução, contribui para a evolução coletiva.

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Assim, convidamos você a:

  1. Mergulhar ainda mais nesse mundo de possibilidades, libertando-se de paradigmas e, assim como o personagem o louco (o arcano 0 do tarot), desbravar uma fascinante aventura no mundo invisível, onde tudo, absolutamente tudo, é possível;
  2. Deixar aqui nos comentários o que mais te chamou a atenção neste artigo e como essa informação pode te auxiliar na sua jornada de empoderamento.

Vamos ficando por aqui, um forte abraço e até a próxima etapa dessa jornada!

 

4 comentários em “Tarot e Psicologia Analítica”

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